terça-feira, 24 de março de 2009

Fortunate happenings...

Os acasos iam-lhe sucedendo de tal forma que pareciam querer dizer-lhe algo. Aos poucos e poucos iam-lhe reanimando a esperança há muito extinta. Não esperava nada nem ninguém, pelo que esporadicamente ia tendo algumas surpresas agradáveis. Pessoas que sem saber como nem porquê se atravessavam no seu caminho e lhe deixavam algo de bom. Haviam sorrisos que mesmo à distância a faziam adormecer em paz. Havia palavras, que mesmo sem essa intenção, lhe diziam que o amanhã iria ser melhor. Havia dias inclusive que acordava com a certeza de que um dia ainda se iria apaixonar novamente, que todos os fantasmas e sombras se dissipariam. E esses breves minutos davam-lhe as forças necessárias para enfrentar mais um dia.
Naquela noite, estendida naquele sofá que ultimamente ia sendo o seu fiel companheiro e ao qual já se habituara, sentiu falta do toque. Há muito tempo que isto não lhe acontecia pelo que alguma surpresa lhe ressuscitou a alma. Aquele toque no cabelo, na face. Aquele gesto tão automático mas que é tão embebido de significado. Mais curioso ainda foi de pela primeira vez em muitos anos não ter associado essa necessidade a ele. Nem dele sequer se lembrou, nem dele nem da forma como ele a tocava, como ele a fazia sentir única, como ele a fazia sentir uma pessoa melhor, como ele a fazia sentir realmente amada.
Nessa noite adormeceu sem se dar conta. Não teve insónias, não teve pesadelos, não teve dores. Nessa noite dormiu um sono profundo e acima de tudo regenerador. Mas durava sempre tão pouco...

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